Com seu jeito de ursinho de pelúcia, é calmo, alegre e sociável. Possui pelagem curta e densa, corpo compacto e cabeça arredondada.
A história dos gatos da raça British Shorthair (Britânico de Pelo Curto) inicia-se há cerca de 2000 anos, quando soldados romanos levaram os primeiros gatos à Bretanha para combater ratos em fazendas e paióis. Os romanos deixaram as ilhas por fim mas seus gatos ficaram e se tornaram uma nova versão do gato britânico de fazenda.
Se houve ou não o cruzamento destes animais com o gato silvestre (felis silvestris) não é possível afirmar mas é certo que a condição geográfica isolada impediu que outras raças interferissem na sua procriação.
Durante séculos, sem qualquer planejamento, o gato britânico de pêlo curto ficou robusto, forte, adquiriu pelagem adstringente à água e como bom caçador de ratos que era, se tornou um animal muito companheiro. Foi somente por volta de 1800 que se começou a criá-lo observando coloração e características típicas. Em 1871 o gato “nacional” britânico entrou para a aristocracia quando o Sr. Harrison Weir, patrono de todas as exposições de gatos, organizou tal evento no Crystal Palace. Vencedora desta exposição (Best in Show) foi uma gata tigrada azul de propriedade do próprio Sr. Weir.
No início do século XX o British Shorthair era exposto em grande número e os animais eram classificados da seguinte forma: cor sólida (preto, branco, azul), tigrados (marrom, vermelho, prata), pintados, smoke (preto, azul), preto-branco, branco-preto (vans), tigrados com branco, tortie (vermelho/preto) e tortie com branco.
As características gerais da raça eram descritas de corpo compacto com cabeça grande e redonda, olhos redondos, pelo curto e denso de textura fina e densa subpelagem. As exposições no Crystal Palace seguiram até 1936, quando este foi destruído por um incêndio. Enquanto inicialmente o British Shorthair predominava nestes eventos, por volta de 1900 o gosto por parte dos amantes dos gatos mudou e animais de pêlo longo, principalmente os persas, e o exótico siamês começaram a ser procurados.
Frances Simpson relatou em seu famoso livro “Book of the Cats” de 1903: A maioria dos amantes de gatos prefere os de pêlo longo (fonte: Petpublishing). Nas exposições da época os animais de pêlo longo eram até quatro vezes mais numerosos que os de pêlo curto.
Outra moda que surgiu foram gatos da cor azul, desencadeada por dois animais de pêlo longo de propriedade da Rainha Vitória (fonte: Katzen Extra, Nr. 3, 2008). Desta maneira a cor dos animais passou a ser o novo foco dos criadores. A distinção entre os British azuis e os Russos azuis, que passaram a ser importados desde 1860, era o assunto da época, como nos revela mais uma citação do livro de Simpson: Houve discussões recentemente sobre quais características são desejadas nos gatos que nos últimos anos nos levaram a um tipo de gato britânico, reconhecido e classificado como tal em exposições, e não como Russo (fonte: Pawpeds).
As duas grandes guerras deixaram suas marcas no British Shorthair e em outras raças também. Num tempo em que alimentos eram escassos e outras preocupações, não àquelas voltadas aos gatos, tomavam conta do cotidiano, muito material de criação foi perdido. No pós-guerra era muito difícil encontrar gatos para cruzamentos adequados e deste apuro decidiu-se incorporar gatos de outras raças.
Os resultados obtidos da mistura com gatos caseiros sem registro foram insatisfatórios pois a prole perdia as características desejadas. A escolha acabou ficando com o Persa mas os descendentes destes cruzamentos só eram reconhecidos como British Shorthair após três gerações de cruzamentos com puros British. Como era um procedimento difícil e demorado, tal medida acabou não sendo exatamente um incentivo à criação.
Outra raça que, após a segunda guerra, foi misturada ao British Shorthair foi o Chartreux proveniente da França. Seus criadores também haviam sofrido perdas com a guerra e estavam então fazendo uso do British Shorthair. Com este cruzamento a cor azul pôde ser aprimorada no British mas não sem sofrer novamente perdas de suas características, o que obrigou os criadores a lançar mão posteriormente do Persa outra vez.
A chegada do British Shorthair à América do Norte ocorreu por volta de 1900 e são possivelmente responsáveis pelo surgimento do American Shorthair. Hoje são conhecidas mais de 50 colorações que o British Shorthair pode apresentar. Elas são basicamente definidas como Sólidas, Bicolor e Point. Há também a variação Tabby. Fazem parte das cores sólidas o Branco, Preto, Azul, Chocolate, Lilás, Canela, Corço, Vermelho e Creme. Estas cores são combinadas com branco nas variações Bicolor e Point.
Alguns fabricantes de ração para gatos, principalmente na Europa, fizeram do British Shorthair seus garoto(a)s propaganda e assim acabaram por tornar a raça mais conhecida, criada e desejada.
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Tradução: Andreas Plosch